quinta-feira, 28 de julho de 2011

Dicotomias



Na condição de seres humanos incompletos/finitos e ao mesmo tempo com uma alma infinita, nos acompanha também, talvez até antes do nascimento, uma solidão dicotômica intrínseca.
A solidão do ventre que nos diz que somos únicos e que somente nós poderemos viver nossa vida com todos os seus senões de grande aventura. A solidão que é nossa força propulsora e quase instintivamente animal que nos transforma em gladiadores pela própria sobrevivência dentro desse cadinho em que somos remexidos cotidianamente.
Essa força que nos diz vai em frente, luta, encara os desafios, cai e levanta novamente porque tua existência exige que construas um cerne mais forte muitas vezes, que tua própria crença e conhecimento e nós vamos, feito  lobos solitários, num universo de tantas almas , porém únicos em nossa essência.
E a solidão do afeto, que nos escancara dia após dia, nossa condição de criaturas grupais e extremamente  dependentes da presença, do carinho e do amor de nossos pares. Que nos diz de nossa incompletude diante da existência , de nossa pequenez diante da adversidade, de nossa necessidade de dividir não somente alegrias e conquistas mas buscar o aconchego, a proteção, o teto a mão que acolhe, nos momentos em que nossa finitude e fragilidade nos mostram suas faces.
Nossa existência é assim feito um caleidoscópio de possibilidades e necessidades.
Importa quem sabe, fazer estas descobertas diárias e nessas nossas divisões e subdivisões do humano, tentar construir um infinito vitral amoroso e de paz para todo o universo, enquanto passageiros aprendizes.
Amém!

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