quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lados

Meu lado avesso me seduz.
Serpenteia em minhas sombras,
esgueirado em meus portais,
sem se importar jamais,
se me perco ou não, na sua ausência de luz!

Meu lado direito me condena.
Observa...inquisidor.
Cobrando lucidez plena,
controlando descarado cada instante.
Subtraindo meus espaços,
quer ser o meu senhor!

E neste querer-não-querer,
minha vontade ricocheteia.
Bate e rebate em meia-volta-volver!
Confunde, sufoca, esperneia...
Não quer voltar, não quer morrer!

Quem decide o melhor lugar?
Em que lado está a direção?
Descarto o sim, renego o não.
Invento meu próprio rumo, meu próprio chegar.
Ai do tempo perdido, entre o viver e a razão!

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