quarta-feira, 27 de julho de 2011

Tempo e espaço ...

... o tempo suficiente de um respirar
E ele escorre inabalável por entre os dedos!
Entre olhos, entre braços, entre mãos,
Faz e desfaz laços, fixa imagens, o pensamento.
Reduz abraços a olhares de distância...
O inexorável tempo!
Chega brisa morna e parte vendaval.
Deixa misturados pedaços de "quereres e ficares",
Leva consigo perfumes e deixa partidas doídas.
...um quê de perder direção
Um ai de dor do vazio,
Um silêncio de velha embarcação no marasmo do estio.
Estou estanque e só sei que estou, porque respiro!
E o tempo passando lento, lento nas linhas cruzadas de nenhum pensamento.
Inércia...do vagar de passadas trôpegas, bêbadas de abandono e
somente um sono.
Um sono de não querer acordar e encontrar tudo no mesmo lugar.
Quem sabe um sono de não acordar e então abraçar mil braços,
...numa infinita cantiga de ninar.
E embalar o tempo para que ele fique, sem a hora de separar!
Aqui estou. Quieta, olhar longínquo de buscar horizonte,
Disfarçado atrás de uma lágrima contida
E que agora furtiva teima em embaçar imagens. Tão fluidas e silenciosas
Como as linhas do tempo que teimosas,
Me remetem muito além do espaço que meus braços podem abraçar.

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