quarta-feira, 27 de julho de 2011

Teimosias

Quando a alma cala
nos desvãos dos dias.
Quando não devias
mas a boca fala,
coisas de quereres deixados, abandonados, sufocados...
Como dói... feito lâmina amolada
nas impaciências da vida !
A garganta sufoca espremida
e o olho transborda a lágrima furtada.
A que vem contrariada,
plantada num jardim de lembranças alquebradas
que te carregam em seus braços cansados.
Quem sabe, não mais lembranças...
Apenas teimosias vãs, vazias de tudo.
E o sentido daquilo que se quer,
perde-se bêbado em espirais tortas, mudo.
Querer e querer novamente
nem que seja a imagem impressa
que me sorri na retina seca,
filigranada em linhas que se desfazem lentamente.

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