quinta-feira, 28 de julho de 2011

...quase utopia .

Um bocejo de tédio,
abre a boca da noite que reside em mim.
De soslaio, rançoso...
jogado de lado, feito batom borrado,
no rosto da dama esquecida,
(nas esquinas da vida)...
Na asa quebrada de um querubim.
Tempo sobre o tempo, repetido.
Como cópia em papel carbono,
revela o mesmo risco do outro lado.
Cada marca,
a rotina de um abandono cansado.
Inércia que prende os pés.
Um visgo de sombra se agarra em mim...
As meninas dos olhos se escondem no frio azul da retina.
Velam meu sono-sonho.
Um sonho doido de todas as cores...
De dentes brancos, num sorriso largo,
de espaço cercado,
no redondo abraço de tantos amores.
Não acordo na hora marcada.
Engano o anjo, me fingindo estrela.
Nos fios de algodão das nuvens,
amarro o brilho...da vida sonhada.

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